Quebrando um paradigma, opto em iniciar este texto falando brevemente da minha experiência no Kung fu.
Mas o que isso teria a ver comigo? Com minha experiência? Leia, você vai entender porque optei por falar o Kung fu do que inicialmente falar sobre mestrado, pós graduação, ou graduações que fiz e tenho feito...
No Kung Fu, impreterivelmente antes de entrarmos no tatame, pedimos ao mestre autorização. Este cumprimento simboliza a paz sobre a luta; o qual inconscientemente também nos faz cultivar a humildade. Por muitos anos pratiquei esta arte marcial da qual me disciplinou sempre a respeitar, exercitar e me preparar. Cometo erros mas ao longo da minha vida cultivei estes princípios. Sempre buscando a paz mas preparado para lutar com forte determinação caso necessário. Quando levamos um duro golpe no tatame ou na vida, notamos o quanto é fundamental os princípios dos quais se aprende nas artes marciais.
No livro "O poder da empatia, a arte de se colocar no lugar do outro e transformar o mundo", existem sinais similares de respeito, dedicação e empatia dos quais aprendi no Kung fu. Estes princípios praticados dia a dia se transformaram em um guia para minhas ações. A propósito, esta citação é de um dos livros indicados por meu pai; vindo de Florália-MG, ele é meu exemplo na busca por conhecimento.
Atuei por pouco mais de 20 anos no segmento imobiliário, mas não tenho mais muito orgulho disso. Hoje conheço um pouco mais das ilusões e desigualdades geradas pelo sistema. Segundo Ana Clara Ribeiro, “é importante entender a teoria política, o cerne do capitalismo para compreender o uso do espaço no que tange a comercialização e condução do poder; somente e então somente entenderemos os elementos que constituem o conflito.” (RIBEIRO, 1991). Em 1897 Durkheim afirmou: "Se o indivíduo cede ao menor choque das circunstâncias é porque o estado em que a sociedade se encontra fez dele uma vítima sob medida para o suicídio" (DURKHEIM, 1897)
Não sou nenhum extremista, a propósito acredito que nossa melhor opção no momento seria mesmo o capitalismo porém, “há alguns poréns”. Esta conversa aqui seria longa...
Fui office boy, captador de imóveis, corretor credenciado, diretor de imobiliária, até gestor do grupo imobiliário do qual fui co-fundador.
Hoje sou mestrando em Políticas Públicas na Universidade Federal da Integração Latino Americana. Realizei uma graduação em negócios Imobiliários e outra em gestão da tecnologia da informação; sou pós-graduado em em análise espacial e geoprocessamento e finalizei também uma pós graduação em psicopedagogia. Dei uma pausa na USP, uma pós graduação iniciada em gestão de projetos, faltam poucas provas; ainda vou retomar.
Por fim, “para não dizer que não falei de flores”, falo de minha querida Adriana. Ela ama nossos 9 filhos¹ e adora ouvir o Moisés e Matheus cantar e tocar o violino e violoncelo, eles estudaram em uma ONG em Minas na Orquestra Jovens das Gerais, foi um ensino de altíssimo nível. A propósito, para vocês que gostam de música, fiquem atentos, tem projetos gratuitos como este espalhados pelo Brasil.
A música nos inspira a sonhar. "Ontem um menino que brincava me falou, [...] Para não ter medo que este tempo vai passar NÃO SE DESESPERE e NEM PARE DE SONHAR. Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs. Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar. Fé na vida, fé no homem, fé no que virá Nós podemos tudo, nós podemos mais. VAMOS LÁ FAZER O QUE SERÁ! (GONZAGUINHA, 1984)
Então toca, toca pra diante a carroça, pois quero te ver no curso.“Vem vamos embora, porque ESPERAR NÃO É FAZER; quem sabe faz a hora, NÃO ESPERA ACONTECER.” (VANDRÉ, 1979)
Até logo : )
Osss (quem pratica ou já praticou arte marcial entende)
Dalton Moisés Teles
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Nota ¹Temos no total 9 filhos e 4 netos. São 3 meus e 4 da esposa, sendo que mais dois já estão do outro lado do véu. É uma história a parte. : )
REFERENCIAS:
DURKHEIM, É. O suicídio. Estudo sociológico. Trad. de Luz Cary, Margarida Garrido e J.Vasconcelos Esteves. 2. ed. Lisboa: Editorial Presença, 1897
GONZAGUINHA, Luiz. Musica: Nunca pare de Sonhar. Album: Gravido. Gravadora EMI. 1984. Disponível em: Youtube
RIBEIRO, Ana Clara Torres. Matéria e Espírito: o poder (des)organizador dos meios de comunicação, 1991;
VANDRÉ, Geraldo. Música: Para não dizer que não falei de flores. 1968 (5min) Album: Geraldo Vandré no Chile. Disponível em: Youtube.
SILVA, Taiguara, Cacique e Pajé. Musica: Voz do leste. Album: Canções de Amor e liberdade 1984 (2min). Disponível em: Youtube.